Adeus
amigas, adeus amigos, jovens e belos que foram para a guerra e regressaram sem
braços, sem pernas, sem memória, em sacos de plástico… Desgraçados, mentes roubadas
com arte, pela liturgia de dragões soldados… Andaram a defender a pátria, a gloriosa
pátria, inferno e agonia e, o poeta, André Bretom, progenitor do surrealismo,
ironicamente pronunciando que: Se as mulheres fossem para o exército, escolheriam
a artilharia, por causa, da forma fálica dos canhões? … Acredito que, foi sem
maldade, a expressão deste bardo, admirador de Freud… Acredito, que foi coisa
de poeta, acariciando metáforas…
Adeus
meninas, adeus rapazes, flores na flor da idade, cheirando a rosas e a magnólias
moribundas, esquartejadas pela lâmina de mil metralhas, os vossos cavalos em
agonia, seus olhos de negro pranto purgando lagos de sangue, e a gangrena tocando
flauta, na doce derme, da vossa amarga morte…
No alto da torre
da misantropia, o Diabo fuma charutos “monte-cristo… baforadas de crude, ouro e
diamantes, entram nos dedos das madames e lordes, com suas mantas de caviar,
suas papilas gustativas delicadas…
A terra
gira, os ovários do Mundo num parto de dor, fabricam amazonas e varões, carne
para canhão…
Obedientes,
manipulados, escolarizados, doutrinados com Deus, Alá, Iavé, Buda, krishna,
aleluia, aleluia, aleluia: Todo o dinheiro, todo o poder, entre lobos e ovelhas,
num banquete de vermes, num sonho sem regresso, quando o dia chegar, a morte em
silêncio, canta.
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