São Vicente – Cabo-Verde:
Deserto Sul,
cabras patéticas
comendo plástico,
anjos famintos
inferno vermelho
poeira e
vento,
Pesaroso
observo
as nuvens
que passam,
a miséria
é
ordinária,
camionistas
hostis
destruindo
paisagens.
lanterna
apagada
nos olhos
das crianças,
ilha desnorteada
Sísifus e a sua
pedra de dor
que
eternamente
rola,
fonte sem água,
suplício
de Tântalo…
no “Palácio do Povo”
os sem abrigo
não dormem,
na praça nova
as, os,
adolescentes,
vendem seu corpo,
o janota do
senhor primeiro
ministro afirma:
que
tudo vai de
vento em popa…
cães
famintos
na ilha
não
ladram,
povo
afónico
não canta.
.
Um comentário:
Desejaria que a breve trecho a politica devolvesse à ilha a dignidade devida à sua gente para que uma nova alvorada vença a revolta do poema...
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