Será que um País como Cabo-Verde necessita ter uma força militar?... Para que?... Está mais que provado que existem países potentados como a China, a Rússia e os Estados Unidos, que são os verdadeiros controladores do Mundo. A prova é, a invasão do Iraque por Bush, dos russos na Chechénia etc.
Um país como a Costa Rica, por exemplo, não tem uma força militar, mas sim, uma força policial e uma marinha, que defende as suas águas territoriais, dos pescadores furtivos e traficantes.
PERGUNTA: No caso de Cabo – Verde, não é tempo para uma reflexão sobre esta matéria?... O dinheiro que vem sendo esbanjado na tropa, não seria um belo investimento para o desenvolvimento da Cultura?...
General: Um homem cuja profissão durante 30 anos é matar pessoas. Depois de reformado, vai podar rosas no seu jardim.
Bruce Chatwin
2 comentários:
Tchalé, a tentação imediata é dizer que sim, que tens toda a razão, e susbcrever inequívocamente o que dizes (íntimamente, como deves calcular, é o que eu penso. Concordo contigo). Não podemos ser simplistas (embora às vezes apeteça), nem demagógicos (como os políticos), porque o teu desafio tem fundo e faz sentido. Digo isto por uma simples razão. É que conheço muito "boa gente" (e tu também com certeza) que gosta de argumentar no sentido inverso: "Cultrura? Para quê gastar dinheiro com a cultura? Não seria melhor fazer hospitais? Cantinas nas escolas para os miúdos? Computadores para todos? Ou uma nova Central Eletrica?" Vejamos. Concordo que todo o dinheiro gasto em Forças Armadas em Países pequenos como o nosso, sem uma tradição de conflito interno, políticamente democrático e estável, deveria ser objecto de discussão pública no sentido da sua racionalização. Precisamos de Forças Armadas? Se sim, quais? Se não, como fazer? Se me perguntares se precisamos de um Exército, digo-te que parece-me que não. Como não temos dinheiro para uma boa Marinha, nem para uma razoável Força Aérea, resta-nos a chamada "tropa fandanga" que, de facto, ninguém sabe para que é que serve. Uma boa força policial interna não seria mais do que suficiente para as necessidades? Sob um único comando, e com áreas especificas e especializadas de actuação. Se com isto conseguissemos poupar dinheiro, já seria mt bom. Quanto à Marinha e à F. Aérea, são os ramos que me parecem mais adequados pelas nossas características arquipelágicas, mas que, como sabes, custam uma nota preta a adquirir, manter e conservar. Daí que, se conseguíssemos uma boa parceria que nos ajudasse a controlar a nossa zona económica exclusiva, seja dos piratas da pesca, seja dos bandidos do pó, seja do controlo dos clandestinos, talvez fosse uma boa solução. E se no fim da linha, como é teu desejo, e meu, fossem poupados alguns centavos, melhor ainda, e até podia ser que essa poupança nem viesse para a cultura, porque nestas coisas o importante é mesmo poupar, gerir bem, ser-se rigoroso. Afinal somos pobres. Se conseguirmos ser todas estas coisas, então não tenho dúvidas que a cultura sairá directa e indirectamente beneficiada. Mas, meu caro, enquanto tivermos, 30 anos depois da Independência, pessoas a peguntar "Para quê comprar uma tela (tua p.ex.), para quê gastar dinheiro com isso?", muitos deles gente com formação superior, outros até com responsabilidades governativas, fica a ideia do longo caminho que ainda há que percorrer até que a cultura tenha o tratamento que merece, e que nos dignifique a todos. No dia em que perguntas imbecis como a que deixei atrás se deixarem de fazer, estaremos no bom caminho, e, quem sabe, preparados para discutir o destino, o sentido, e o papel das Forças Armadas em Cabo Verde. Ainda não chegamnos lá. INFELIZMENTE!
ALEX/ZCunha
P.S.- Já agora, para quando uma próxima exposição cá por Lisboa???
Caro amigo Poeta: Tiro-te o chapéu pelo teu claro comentário aqui no Arco da Velha. Infelizmente, todavia temos pessoas neste País com muita preguiça mental, conformistas, politicos medíocres, e aquilo que os alemães definam de: "FACH IDIOTEN" ou seja: Idiotas qualificados.
Tenho a consciencia que somos a pedra no sapato de gente aqui nas ilhas, mas, como homens da cultura que somos e cidadãos deste país, temos o pleno direito civico de intervenção activa no destino de Cabo-Verde.
Pa tropa um ka ta bai...
Um grande abraço.
Ps: a exposição será para breve
Tchale Figueira
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