17 de out. de 2010

POEMA DA VIDA E DA MORTE


Como um barco embebido em salitre
Repouso na praia do tempo que passa
Estações do ano, constante mutação
Rugas esparsas, mapa do corpo
Porto de saudades oh terna memória
Chama delicada consumida no vento
Eis a noite fria da eternidade…

Árvore que curva no árido do mundo
Deserto sem estrelas…
Rendo-me perante esta nocturna tristeza,
Neste iluminado céu de astros
Flutuando…

A primavera florindo é um relâmpago
Cheiro de criança poética ternura
Passos perdidos verão de mulheres,
Quentes seus sexos, embriagados morremos,
Amor eterno, neste real efémero…

Outono de meditações
Água cristalina, sua íngreme montanha
Grande é o seu mar, meu horizonte nostálgico

Tomba o inverno nos dias do Mundo,
Velho corcel, enfraquecido corpo
A neve do destino cai nas necrópoles
Olvidados túmulos, lua que passa


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