30 de out. de 2011

OCASO

Mil andorinhas, embriagam num fluxo de cantos o ocaso, que tomba com seu vestido de nuvens, adornados pelo sol.
Na mesa, na velha toalha, golfinhos de prata saltam no mar dos meus olhos;
na estante, teu retrato, a tua imagem, teus olhos, teus cabelos profusos, que são belos cachos de uvas, de azeviche nocturno, suspensos na diáfana luz que canta…
Teu nome já é névoa que cai na minha inquietação; minha inquietação que tomba gradualmente, nesta despedida crepuscular, que espanca na parda porta da noite…

Neste crepúsculo que escurece meu peito…

A taça, a mesa, a cadeira, o espaço vazio da tua ausência…
e, longo é o manto negro, que escureceu, a luz, na cor dos teus olhos…
No silêncio deste momento, deste momento sem fim, desabam-se no mundo estrelas, sobre o teu nome, que lentamente vai apagando, na imensidão desta árdua balada nocturna.

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