O Encontro
Num templo cilíndrico de pedras negras, debaixo de um altar rasgado por ervas, um guerreiro adornado com escudo e espada, jaz num chão de terra coberto de fungos e odores obscuros. Descendo Do meu alazão, ajoelho a seu lado, constato que está gravemente ferido no peito, seu respirar ofegante, carrega-me de regresso, a evolução.
Viajo até as grandes savanas Africanas, durmo nas cavernas da Etiópia e da Tanzânia, lembro-me do meu milenário medo nocturno das feras. (Sou o único animal sem visão nocturna) Falo com Lucy, primata que desceu das árvores, para pisar a savana. Com a evolução é Homem Habílis, o inventor da pedra lascada, machados e lanças, suas primordiais ferramentas, no seu dia a dia…
Tremendo de frio, (talvez de medo) vejo no rosto pálido do guerreiro a morte; meu corpo estremece. Noto a sua espada ensanguentada, pergunto: Quem foi entre os homens, o primeiro assassino?...
Destapando o meu cantil, coloco água fresca em seus lábios esverdeados a cor
que a morte tinge os homens, mas seus beiços rígidos rejeitam o mais precioso de todos os líquidos, que lentamente rola dos seus lábios, entranhando no húmus da terra…
Sei, perfeitamente, que é o fim do guerreiro!...
Acordo-me das minhas meditações, pelo vento frio que bate nas folhas de uma carvalho, inesperadamente escuto o grande rio que corre entre calhaus e musgos pré históricos. A grande água, com o seu canto vital acorda-me do meu torpor, sua bela canção, por um momento, afasta-me das dores do Mundo…
Levantando a minha cabeça para o tecto sem cobertura do templo de pedras negras, contemplando a abobada celeste, lar das estrelas, que flutuam na infinita imensidão celestial, durante alguns segundos, especulo sobre possibilidades filosóficas possíveis, e impossíveis…
Sem ferramentas para cavar, uma sepultura ao homem que jaz a meu lado, com esforço
cubro o morto com pesadas lajes de basalto, numa espécie de pirâmide tosca e informe e numa fresta do sepulcro, enfio a sua espada, onde penduro o seu enorme escudo, com estranhos desenhos, símbolos para mim desconhecidos.
Comovido, adivinho o sal na minha boca de algumas lágrimas que rojam dos meus olhos, e, num gesto brusco, agarro as rédeas da minha montada, salto energicamente para a garupa do animal, pico as afiadas esporas na barriga do corcel, que desata a galopar na imensa planície. O vento frio cortante, fustiga a minha face, perco-me no tempo, e, após tanto galopar, estou numa colina com enormes ciprestes e pinheiros reais. Um cheiro a ervas e fungos, inquietam meu cérebro…
Olhando pela última vez, o templo que tremeluza, lá longe no horizonte…
Penso.
O homem que enterrei lá em baixo é meu irmão! … No escasso tempo em que estive a seu lado, revi a história da humanidade, milhões de anos num ápice passou.
Num templo cilíndrico de pedras negras, debaixo de um altar rasgado por ervas, um guerreiro adornado com escudo e espada, jaz num chão de terra coberto de fungos e odores obscuros. Descendo Do meu alazão, ajoelho a seu lado, constato que está gravemente ferido no peito, seu respirar ofegante, carrega-me de regresso, a evolução.
Viajo até as grandes savanas Africanas, durmo nas cavernas da Etiópia e da Tanzânia, lembro-me do meu milenário medo nocturno das feras. (Sou o único animal sem visão nocturna) Falo com Lucy, primata que desceu das árvores, para pisar a savana. Com a evolução é Homem Habílis, o inventor da pedra lascada, machados e lanças, suas primordiais ferramentas, no seu dia a dia…
Tremendo de frio, (talvez de medo) vejo no rosto pálido do guerreiro a morte; meu corpo estremece. Noto a sua espada ensanguentada, pergunto: Quem foi entre os homens, o primeiro assassino?...
Destapando o meu cantil, coloco água fresca em seus lábios esverdeados a cor
que a morte tinge os homens, mas seus beiços rígidos rejeitam o mais precioso de todos os líquidos, que lentamente rola dos seus lábios, entranhando no húmus da terra…
Sei, perfeitamente, que é o fim do guerreiro!...
Acordo-me das minhas meditações, pelo vento frio que bate nas folhas de uma carvalho, inesperadamente escuto o grande rio que corre entre calhaus e musgos pré históricos. A grande água, com o seu canto vital acorda-me do meu torpor, sua bela canção, por um momento, afasta-me das dores do Mundo…
Levantando a minha cabeça para o tecto sem cobertura do templo de pedras negras, contemplando a abobada celeste, lar das estrelas, que flutuam na infinita imensidão celestial, durante alguns segundos, especulo sobre possibilidades filosóficas possíveis, e impossíveis…
Sem ferramentas para cavar, uma sepultura ao homem que jaz a meu lado, com esforço
cubro o morto com pesadas lajes de basalto, numa espécie de pirâmide tosca e informe e numa fresta do sepulcro, enfio a sua espada, onde penduro o seu enorme escudo, com estranhos desenhos, símbolos para mim desconhecidos.
Comovido, adivinho o sal na minha boca de algumas lágrimas que rojam dos meus olhos, e, num gesto brusco, agarro as rédeas da minha montada, salto energicamente para a garupa do animal, pico as afiadas esporas na barriga do corcel, que desata a galopar na imensa planície. O vento frio cortante, fustiga a minha face, perco-me no tempo, e, após tanto galopar, estou numa colina com enormes ciprestes e pinheiros reais. Um cheiro a ervas e fungos, inquietam meu cérebro…
Olhando pela última vez, o templo que tremeluza, lá longe no horizonte…
Penso.
O homem que enterrei lá em baixo é meu irmão! … No escasso tempo em que estive a seu lado, revi a história da humanidade, milhões de anos num ápice passou.
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