Manuel D`Novas, mesmo antes de falecer, já pertencia à memória de Cabo-verde com o seu lugar marcado na música ao lado dos seus distintos mestres Eugénio Tavares e B.Leza.
Tal como estes, Manuel D`Novas conseguiu, tanto na morna como na coladeira, uma voz original.
Na morna, pelas suas melodia elegantes e acordes inesperados (na coladeira-samba, Apocalipse vagabundeia por 12 acordes distintos), na coladeira pelo seu virtuosismo melódico com textos verdadeiramente inspirados e plenos de humor. De facto, os músicos que acompanhassem uma coladeira do Manel teriam (e terão) que ensaiar, porque as variações que criou vão em muitos sentidos harmónicos, constituindo, para os jovens, uma aprendizagem benéfica.
O seu terra-longismo, quando andava embarcado, viajando pelo mundo, transformou-se, nos primeiros anos da Independência, em musica quase épica, em hinos de esperança e no acreditar da construção deste país. A morna ‘5 de Julho’ é um exemplo.
Nas coladeiras, penetrou, a partir de 1975, a sociedade mindelense, nas festas com os amigos, no humor subtil e muitas vezes sarcástico mas humano, abrangendo assim Cabo-Verde na sua situação de jovem país emergente. Os textos das coladeiras são verdadeiras pinturas das vivências da boémia poética do Mindelo.
Manel gostava de se chamar a si próprio «Trovador’, isto é, de um artista que sentia a sociedade que vivia e a transmitia na sua essência.
Homem elegante no trato, dandy no vestir (a sua célebre boina), sempre esteve atento ás novas correntes que começaram a surgir depois da Independência, sem no entanto sair da morna e coladeira.
Os grandes cantores de Cabo-verde adoravam-no e Bana, Cesária e Ildo Lobo deram a conhecer este trovador em temas inesquecíveis. Era um amigo generoso e o seu magnetismo acendia a vela da amizade e da boa disposição.
As vicissitudes, nos últimos anos da sua vida tinham-no amargurado (perda da mulher, perda de um filho). Mas mesmo com a sua saúde abalada, ainda acalentava a vida.
Mudam-se os tempos mudam-se as vontades, adágio de um filosofo grego da antiguidade, é muitas vezes citado neste mundo de mutações que é o nosso. Mas com a arte, que eterniza os momentos e vivências, o tempo há-de seguir o seu caminho e paralelamente, pelo menos nestas ilhas, Manel D’Novas será sempre uma vontade celebrada.
De resto, citar o nome de Manel d’Novas sempre constituiu uma mistura de respeito admiração e amizade.
http://www.vascomartins.com/
Tal como estes, Manuel D`Novas conseguiu, tanto na morna como na coladeira, uma voz original.
Na morna, pelas suas melodia elegantes e acordes inesperados (na coladeira-samba, Apocalipse vagabundeia por 12 acordes distintos), na coladeira pelo seu virtuosismo melódico com textos verdadeiramente inspirados e plenos de humor. De facto, os músicos que acompanhassem uma coladeira do Manel teriam (e terão) que ensaiar, porque as variações que criou vão em muitos sentidos harmónicos, constituindo, para os jovens, uma aprendizagem benéfica.
O seu terra-longismo, quando andava embarcado, viajando pelo mundo, transformou-se, nos primeiros anos da Independência, em musica quase épica, em hinos de esperança e no acreditar da construção deste país. A morna ‘5 de Julho’ é um exemplo.
Nas coladeiras, penetrou, a partir de 1975, a sociedade mindelense, nas festas com os amigos, no humor subtil e muitas vezes sarcástico mas humano, abrangendo assim Cabo-Verde na sua situação de jovem país emergente. Os textos das coladeiras são verdadeiras pinturas das vivências da boémia poética do Mindelo.
Manel gostava de se chamar a si próprio «Trovador’, isto é, de um artista que sentia a sociedade que vivia e a transmitia na sua essência.
Homem elegante no trato, dandy no vestir (a sua célebre boina), sempre esteve atento ás novas correntes que começaram a surgir depois da Independência, sem no entanto sair da morna e coladeira.
Os grandes cantores de Cabo-verde adoravam-no e Bana, Cesária e Ildo Lobo deram a conhecer este trovador em temas inesquecíveis. Era um amigo generoso e o seu magnetismo acendia a vela da amizade e da boa disposição.
As vicissitudes, nos últimos anos da sua vida tinham-no amargurado (perda da mulher, perda de um filho). Mas mesmo com a sua saúde abalada, ainda acalentava a vida.
Mudam-se os tempos mudam-se as vontades, adágio de um filosofo grego da antiguidade, é muitas vezes citado neste mundo de mutações que é o nosso. Mas com a arte, que eterniza os momentos e vivências, o tempo há-de seguir o seu caminho e paralelamente, pelo menos nestas ilhas, Manel D’Novas será sempre uma vontade celebrada.
De resto, citar o nome de Manel d’Novas sempre constituiu uma mistura de respeito admiração e amizade.
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