5 de out. de 2012

Adeus meninas e meninos das guerras



Adeus amigas, adeus amigos, jovens e belos que foram para a guerra e regressaram sem braços, sem pernas, sem memória, em sacos de plástico… Desgraçados, mentes roubadas com arte, pela liturgia de dragões soldados… Andaram a defender a pátria, a gloriosa pátria, inferno e agonia e, o poeta, André Bretom, progenitor do surrealismo, ironicamente pronunciando que: Se as mulheres fossem para o exército, escolheriam a artilharia, por causa, da forma fálica dos canhões? … Acredito que, foi sem maldade, a expressão deste bardo, admirador de Freud… Acredito, que foi coisa de poeta, acariciando metáforas…
Adeus meninas, adeus rapazes, flores na flor da idade, cheirando a rosas e a magnólias moribundas, esquartejadas pela lâmina de mil metralhas, os vossos cavalos em agonia, seus olhos de negro pranto purgando lagos de sangue, e a gangrena tocando flauta, na doce derme, da vossa amarga morte…
No alto da torre da misantropia, o Diabo fuma charutos “monte-cristo… baforadas de crude, ouro e diamantes, entram nos dedos das madames e lordes, com suas mantas de caviar, suas papilas gustativas delicadas…
A terra gira, os ovários do Mundo num parto de dor, fabricam amazonas e varões, carne para canhão…
Obedientes, manipulados, escolarizados, doutrinados com Deus, Alá, Iavé, Buda, krishna, aleluia, aleluia, aleluia: Todo o dinheiro, todo o poder, entre lobos e ovelhas, num banquete de vermes, num sonho sem regresso, quando o dia chegar, a morte em silêncio, canta.               

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