25 de set. de 2011

RAINHA

Ai rainha, se soubesses quanto a saudade arde, quanto a distancia como uma noite sem estrelas põe o coração num labirinto de melancolia… a água de um rio como disse o sábio, nunca molha duas vezes, quando banhamos nela… resta-nos o sonho de um reencontro e um novo baptismo no rio mágico dos nossos corpos entrelaçados, nossas vozes e mornas cantadas para embelezar, porque a morna não é só dor; é também, o canto do regresso, paixão forte como o mar da ilha, onde escrevo esta missiva…
Mozart, neste crepúsculo divino, toca para os pássaros e apaixonados, a musica de anjos, flutuando em torres de jade; são nuvens no céu do teu perfeito sorriso, de puro marfim… e, a minha casa, triste neste ocaso, tua ausência, linha invisível da distancia que nos separa e o que… resta, esta escrita que une a distancia do teu longe não estar aqui, e a palavra saudade que corta, tal faca de dois gumes, a vontade de sentir teu cheiro, teu sexo, e a minha inquietação é a tua ausência, igual a um barco que desatraca e deixa-me neste porto abandonado; resta em mim, estas lágrimas que envio-te com as ondas até o porto do teu leito de rainha… a minha lembrança que se consola de saber que ali estás, que a felicidade de existires é dadiva que a vida me oferece… disse o Mestre, que num simples passo, pode-se começar, uma viagem de mil quilómetros… Poderemos lá chegar?... A vida no seu pleno, caminha no sentido natural das coisas, o universo expandindo na sua melodia silenciosa, é voz de um tenor, que enche os sentidos de luz, amor, saudade tristeza e, o mais forte, o timbre silencioso dos nossos lábios, beijando o infinito efémero da felicidade… Rainha!!!!... Que quero desta vida, se a vida tanto já me deu, e, no crepúsculo, me enviou teus olhos que encanta o mundo? Teu sorriso que faz abrir flores nas estradas e, a rosa única, tatuado no teu braço, tatuagem que mora no meu peito, que, naturalmente, um dia há de apagar, nesta viagem que é a existência? … E, quando ela chegar, direi no ultimo suspiro, tal o Poeta, nos seus versos: “Confesso que Vivi!…” e, fostes a luz, que atravessou meu peito, pleno de amor, por ti, e, pela vida vivida, mesmo sendo esta um sonho, um relâmpago que num segundo apagou.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi
Gostei companheiro. Só para te dizer que por alguma razão (para mim óbvia), contra o óbvio da escolha, o título perfeito desta prosa poética seria INFINITO EFÉMERO. Gostei deste oximoro, pela tensão semantica muito forte que encerra, de uma beleza estética paradoxal.
Bela imagem.
Abç
ZC

Unknown disse...

Long time no speak!
Confesso que este poema, de tão sofrido, me deixa preocupado pois não faz o seu género: parece uma oração, aliás, meia oração pois, no fim, dá vontade de voltar a página para ler o resto...Merece uma sequela!
Abraço...