Quantos anos passaram contigo em beleza;
Lembrança de uvas que eram teus seios primaveris,
Minha boca sedosa lambendo o vinho que fluía em teu
Corpo, e a tremenda distancia entre aquele dia e hoje...
Recebi teu corpo como explorador da tua inocência,
Saboreei a fragrância na virgindade marítima das tuas coxas...
Agua natural, dialogo especulador da nossa glória efémera
Cidade em chamas, duas tochas eram nossos corpos que,
Impecavelmente,
Amantes diurnos e nocturnos
Extasiados, transportavam pelas alamedas do amor
Sentamos vendo a morte dos outros passando,
Viajamos com o firmamento oferecendo desejos e,
Observando as estrelas cadentes, silenciosamente imploramos
Ao nosso âmago, a eternidade
Com linhas, semicírculos e curvas,
As roseiras do nosso solar, brotavam as primeiras espinhas.
Todo no Mundo a nada pertence, ou pertencerá.
Temporal é a pedra que vai ao topo da montanha
E indiscriminadamente rola de novo aos nossos pés.
Assim explicara o sábio... haverá um dia em que o vento virá, para dilacerar
Os vossos corações e, naturalmente, cada um de vós, seguirá o seu caminho;
O caminho que
Cada um, livremente escolheu...
A solidão e a morte, só a nós pertencem.
II
Veio a gravidez e o parto,
O florir de uma nova vida.
A chuva e o cheiro a terra molhada,
Lembrou-me nostalgicamente a nossa paixão perdida...
Os primeiros passos, o baptismo para quem crê
Na salvação da alma, e os festejos com vinhos e
Licores degustados por oráculos, que auguraram
Ser, a redenção da humanidade.
Com a mutação dos dias e dos anos, veio
O carpir sobre a toalha esquecida no chão,
O cheiro a sexo em serie que não dá prazer,
A melancolia de duas pedras deitadas na cama,
Uma boa noite, mais triste do que o mundo.
Quem vive com a pessoa que não ama
Vive com a pessoa que bem merece...
Um campo de minas,
Fragmentação do tempo, a
Intolerância, e um barco afundando entre as duas
Distantes ilhas que somos nós.
Fim de um amor!...
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