18 de jul. de 2011

NA CIDADE



Como um alazão desventrado
a chuva cai da cinzenta nuvem
bátegas de água destilada
resvalam na escabrosa montanha
bicicleta com donzela
pela ribeira seca desliza
meu olho e um lápis
pintando o entulho da cidade
rasgada

com carroças pomposos
defraudam a solidão
conversas sem propósito
princesas urbanas
príncipes de papel
abanicos saracoteando
vaidades
escassez de espírito
agnosia
canto de sereias
suicídio da poesia
mais naufragados
que Ulisses
num banquete de lobos
brindam com terebintina
gostaria que o mundo
mudasse
e quem sou eu para
mudar o que seja
Vou a geladeira
Bebo mais uma cerveja
No meu quarto o mundo
Para.




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