UM VELHO
No meio do café barulhento, debruçado sobre a mesa,
um velho está sentado;
com um jornal a sua frente, sem companhia
E no desdém de sua velhice mísera de agora
pensa quão pouco aproveitou os anos de outrora
em que tinha fluência, e beleza, e energia.
Percebe que envelheceu muito; sente, conhece.
E contudo o tempo em que era jovem lhe parece ontem.
Como o tempo passa, como o tempo passa!
E pensa em como a Prudência o enganou;
e como - que loucura! - sempre lhe acreditou quando dizia;
"Amanhã. Há tempo." - Que trapaça!
Lembra ímpetos que segurou; felicidade, quanta sacrificou.
Cada oportunidade perdida de seu saber insensato graceja.
Mas de tanto refletir e recordar o velho tonteou.
E agora dorme a sonhar no café recostado sobre a mesa.
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