5 de out. de 2009

" A ULTIMA FLOR" DE ALBERT CAMUS

Albert Camus


“A Ultima Flor” de Albert Camus é uma breve historia da humanidade em que o autor de A Peste e do Estrangeiro, nos canta com ironia, desespero, e esperança o futuro da humanidade.

A Décima Guerra Mundial, como vocês sabem, foi o derrube da civilização – As capitais, cidades e aldeias, desapareceram da face da terra – Selvas e bosques ficaram devastados – Assim como os jardins e as obras de Arte. – Os homens, mulheres e crianças rebaixaram-se a condição dos seres mais vis. – Amargos, os cães abandonaram os seus amos derrocados. – Enfrentados com a lamentável condição dos seus antigos senhores da terra, os coelhos revoltaram contra eles. – Desapareceram os livros, a pintura, a musica. – Os seres humanos, inactivos, só souberam sentar no chão, em círculos, olhando uns aos outros.

Passaram anos e anos. – Até os poucos generais sobreviventes, ignoravam qual havia sido a solução da Décima Segunda Guerra Mundial. – Os rapazes e as meninas cresceram, contemplando-se estupidamente, desconcertados, porque o amor havia fugido da terra.

Mas, um dia, uma menina que nunca tinha visto flores, agachou-se frente a ultima flor que se abria no mundo. E, correu, para avisar ao restante dos seres humanos, que a ultima flor estava morrendo.
O único que prestou atenção a menina, foi um rapaz que ela encontrou errando, como que extraviado. – O rapaz e a menina cuidaram da flor, que começou a reviver.
Um dia, uma abelha visitou a flor; logo veio um colibri. – De seguida cresceram mais duas flores, logo quatro, e logo mais e mais e mais…

- Reverdejaram os bosques e as selvas. – A menina começou a cuidar da sua pessoa. O rapaz descobriu que era deleitoso acariciar a menina.
O amor tinha regressado ao mundo.
Seus filhos cresceram, fortes, saudáveis, aprenderam a correr, e a rir.

Os cães regressaram do seu desterro. – E o jovem descobriu, colocando uma pedra sobre outra pedra, como se pode construir uma casa. – Logo de seguida, as outras pessoas deram conta, que podiam também, construir as suas casas – Capitais, cidades, aldeias, emergiram da terra.

Novos cantos correram pelo mundo. – Apareceram trovadores e actores, alfaiates e sapateiros, pintores e poetas, escultores e funileiros. - Soldados…
As pessoas decidiram que era bom viver, aqui, acolá.

Mas, de repente, os que viviam nos vales, pensaram que seria melhor viverem nas colinas.
Os que tinham escolhido as colinas, pensaram que seria melhor viver nos vales.
Num ápice, estalou de novo no mundo, mais uma guerra.
Desta vez a destruição foi tão esmagadora, nada no mundo sobreviveu.

Excepto um homem.
Uma mulher.
E uma flor.
Traduzido do espanhol

2 comentários:

ManuMoreno disse...

Depois da leitura repetitiva, ainda tenho tempo e alegria para gritar viva, porque adorei a parte final...COMENTARIO:Diambulei-me numa historia sutil e de escrita perfeita e quase poetica com criatividade e execuxao impecavel, de qualidade impar e de eficiencia na abordagem psicologica de seu personagem central mesmo numa vida afuscada e de pouco reparo Homem Vs Natura o Autor consequiu trazer o brilho aos enamorados de flor e por amor.
(desculpe o atrevimento de comentar, e obrigado pela traduxao do texto)

ManuMoreno
Kel Abxom di Kuraxom

Tchale Figueira disse...

Qual atrevimento meu caro ManuMoreno!
Belo comentário.

Aquele abraço.