12 de ago. de 2010

Silencio!!!! morreu um Poeta!!


Morreu o meu amigo Poeta, antropólogo, Angolano, que ia visitar os Pastores... Ah meu caro!... Rui Duarte de Carvalho, lembro-me neste momento o dia em que recusaste entrar no hotel de luxo em Luanda comigo e o Vasco Martins... Coerente que eras, acreditavas numa Angola melhor!... Morre o poeta fica a obra!... Hasta la Victoria siempre compañero!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Todos temos os nossos mortos. E os mortos não se regateiam, nem se disputam. Não há mortos, nem mortes, excelentíssimos. Não é pois censura. Apenas desilusão, a distracção colectiva dos Bloguer’s cabo-verdianos, e já agora da comunicação social em geral (esta sim imperdoável), perante a perda de um nome maior da língua portuguesa. Parabéns por não te ter passado ao lado Tchalé. O Ruy Duarte de Carvalho é para mim, há muito, um mestre incontornável. Pena, ao que parece, que ele não seja conhecido, nem lido, em Cabo Verde. Só perde quem não o conhece.

“Olhar a beleza
E não a ver
Traz pobreza.”
Yoruba – Oráculo de Ifa (2)
Livro V, in DA LAVRA ALHEIA I
Ruy Duarte de Carvalho

A sorte de quem ainda não o leu, é poder fazê-lo, já que a sua obra aí está, disponível e generosa, para benefício de cada leitor. Apesar de premiado, conhecido e apreciado em muitas latitudes por uma larga, mas sólida, minoria, todos os grandes prémios têm a sua inevitável orfandade. O nosso Prémio Camões tornou-se órfão de um dos grandes (enormes) escritores de Língua Portuguesa.
Como um dia disse o próprio no poema Abertura, “Uma memória a ter-se/mas não aquela que o futuro impeça.”

Em 4. Ciclo do fogo, ele adverte-nos:
“Há coisas que se choram muito anteriormente
Sabe-se então que a história vai mudar.”
Livro VI, in HÁBITO DA TERRA – Ruy Duarte de Carvalho

Para o Ruy este terceto inspirado no seu poema ‘O sul’, e que é uma espécie de retrato do homem à la minute:

Nas mãos o sal
Na voz o sol
E o sul no coração.

Alex